(Joyce, por Charles Burns)
O Bloomsday, comemorado em 16 de junho, é o dia das homenagens, libações e brincadeiras dedicadas à memória de James Joyce (1882-1941). Para os que não sabem, é o dia em que ocorre a ação completa do romance mais famoso do escritor, o Ulisses (1922). Ele quis celebrar o dia de seu primeiro encontro com sua futura esposa, Nora Barnacle, e com isto consagrou o 16 de junho como um dos dias mais famosos da literatura.
Ulisses já tem três traduções brasileiras, as de Antonio Houaiss, Bernardina Pinheiro e Caetano Galindo, mas as obras mais acessíveis do autor são Dublinenses e Retrato do Artista Quando Jovem. Joyce criou para si (ajudado por discípulos, exegetas e herdeiros) um mito complexo que atraiu pessoas diferentes por motivos diferentes. Ele é o Gênio Incompreendido, o Quase-Cego Que Sabia Tudo De Cor, o Escritor de Textos Indecifráveis, o Poeta Ribaldo do Submundo, o Erudito Sem Disciplina. Era cheio de facetas inconciliáveis, e seus seguidores às vezes se acusam mutuamente de estarem distorcendo seu pensamento ou de “não terem entendido” sua obra.
Quem quiser estudar mais a fundo o Ulisses, tem muitos caminhos. O saite “Notes on Ulysses” de Gerry Carlin e Mair Evans (http://bit.ly/ok9mzM) é um índice comentado de todos os episódios do livro, e ajuda o leitor a se orientar na leitura e na busca de referências. O guia de John P. Anderson (http://bit.ly/192MS0L) oferece 25 páginas grátis e as 613 páginas (em PDF) por 17 dólares; dá pra conferir se vale a pena. “Ulysses: The Classical Text” (http://bit.ly/wjCd2R) é um saite com facsímiles de documentos sobre as querelas editoriais, jurídicas e autorais do livro, bom para quem quiser se aprofundar nessa história tão espinhosa. “Ineluctable Modality” (http://bit.ly/12DXV1s) é um saite dedicado a imagens de diversos artistas (britânicos, na maioria) inspirados pela obra de Joyce.